segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Red Auerbach

Um dia treinador, sempre treinador. Apresento-vos um video recolhido na Youtube, onde constam imagens da última entrevista de Red Auerbach. Nele, esse célebre treinador, já muito idoso e com dificuldades notórias de locução, apresenta algumas das suas ideias sobre o jogo. É mesmo possível ficar com uma visão da filosofia "Rediana" do jogo. A ver com imenso interesse.


sábado, 29 de outubro de 2011

História das técnicas de lançamento

As técnicas do basquetebol são modos de fazer, com ou sem bola, que visam resolver eficazmente certos problemas que o jogo coloca aos jogadores.
Assim, as técnicas de lançamento são modos de enviar a bola para o cesto tentando o sucesso na acção, isto é, encestar.
Ao longo da história do basquetebol foram-se inventando formas de lançar diferentes. As que conheces agora, são a estabilização e a selecção, neste momento, daqueles modos que se consideram mais eficazes.
Foram principalmente os jogadores, individual e colectivamente, que foram trazendo para o jogo e em função dos contextos em que realizavam o lançamento, novas modalidades técnicas.
Por agora daremos apenas uma visão sumária e global de como essas formas foram mudando. No início era habitual verem-se lançamentos a duas mãos, debaixo para cima (o que depois se chamou de à padeiro, talvez pelo gesto que os antigos padeiros faziam com a sua pá), de longe, atingindo alguns jogadores uma precisão notável. É preciso dizer que essa forma de lançar era possível apenas perante uma defesa não pressionante. Quando o defesa se começou a aproximar do lançador, invalidando a técnica anterior, uma outra solução encontrada para o lançamento foi a do lançamento de peito, a duas mãos, em apoio. De seguida sucederam-se a invenção do lançamento a uma mão e a do lançamento em suspensão. Alguns lançamentos especiais, tais como o de gancho, foram também inventados para superar fortes obstáculos defensivos, perto do cesto. Ao nível dos lançamentos em movimento ou na passada, desde o início do jogo eram habituais esses lançamentos, muitos com carácter acrobático, no âmbito de formas de jogo espontâneas tipo contra-ataque. 
Noutros posts, falaremos mais pormenorizadamente de quem foi considerado o(s) introdutor(es) de cada um destas formas de lançamento. Daremos também a nossa opinião sobre esse asssunto. Para já diremos também, que se é habitual vermos um nome de um jogador associado à invenção de uma técnica, nos parece muito mais adequada a interpretação daqueles que vêm essa invenção como tendo um carácter colectivo. Noutro post desenvolveremos o assunto.
A quem pense que as técnicas de lançamento já estão todas inventadas e estabilizadas eu aconselho prudência. A quem não chegue a perspectiva do passado, que já assinalámos, basta talvez olhar o jogo actual para ver já nele os germes de futuras técnicas. Quanto a este "actual" deixo-vos com imagens do lançamento de Dirk Novitski, em que vos peço para repararem na técnica de lançamento em suspensão com salto à rectaguarda, que é uma imagem de marca dele e que é a resposta, praticamente indefensável, aos contras que lhe tentam fazer, mesmo a ele que é um gigante.


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

John Wooden à conversa

No video que apresento aparece John Wooden, o jogador e treinador que era a resposta ao post anterior. Na altura tinha já com muita idade, mas tinha uma lucidez invejável a falar da sua filosofia de vida.
É uma verdadeira preciosidade de sabedoria e de humor. No entanto, como para a maioria dos tesouros, é preciso descobri-los. e para ouvir Jonh Wooden a dar-nos estes conselhos preciosos é preciso saber inglês.
Espero que caso não saibam, este video seja um estímulo para estudarem essa língua com mais afinco.
E tal como prometido, dedico este post aos meus alunos Diogo e Mariana, do 8.ºD, que responderam acertadamente.
Por fim resta dizer que recolhi esta conversa no site das TED Talks.

Sabes quem é este jogador na fotografia?


Vou dar-te três pistas para poderes acertar:
-Foi um dos melhores bases da primeira metade do século XX.
-Foi depois considerado um dos melhores treinadores de todos os tempos.
-Faleceu recentemente com 99 anos.
A quem ganhar dou novamente um chocolate digital.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A ANTB ressurgiu

A ANTB, Associação Nacional de Treinadores de Basquetebol voltou de novo ao activo. Ela que foi a primeira associação de treinadores a constituir-se, logo após o 25 de Abril, e infelizmente parou a sua actividade há alguns anos.
Bem hajam os colegas treinadores que se deram ao trabalho de pôr de pé de novo esta instituição que deve ser tão querida de todos nós. Uma associação como a ANTB que possui um passado interessantíssimo e riquíssimo tem de ter presente e futuro. Espero que agora, todos os treinadores se associem e participem nela, de modo a que nunca mais volte a fenecer. É que o basquetebol português precisa também de um movimento associativo forte ao nível dos treinadores para dar passadas qualitativas seguras.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cultura basquetebolística geral


E agora uma pergunta bem fácil:
Quem é o jogador que aparece na foto?
Duas perguntas ligeiramente mais difíceis?
Qual é o treinador da foto?
Quem é a equipa respectiva que os dois representam?
O prémio para quem acertar é um chocolate digital por resposta certa.

História do basquetebol em Portugal: um livro essencial

Para conhecermos a história de um jogo parece-me haver três soluções fundamentais:
-ter sido nela participante;
-entrevistar os seus participantes, antigos ou ex-treinadores, jogadores, dirigentes, etc;
-estudar documentos, livros, imagens, objectos, etc que nos "falem" dessa história.
Para o estudo da história do basquetebol português um dos livros essenciais é o que o ex-dirigente e já falecido Albano Fernandes, nos deixou, sobre o período 1913-1977.



domingo, 23 de outubro de 2011

Quando há memória os prémios têm nome.

Três dos prémios que a ABP (Associação de Basquetebol do Porto) dá, têm o nome de três grandes Homens que conheci e conheço.
O prémio de Treinador do Ano tem o nome do Professor Francisco Costa. O de Treinador de Formação do Ano, o do Professor Armelino Bentes e o Prémio de Dedicação o de Célio Alves.
Célio Alves que me deu o prazer e a honra de ser seu amigo já faleceu. Conheci a faceta dele ligada ao Minibásquete. Um dia destes falarei mais detalhadamente dele.
O professor Armelino, a quem ouvi algumas vezes há mais de vinte anos, lembro-me que tinha uma sabedoria muito própria que conseguia transmitir em palavras de uma forma extremamente cativante. Quando faleceu eu estava a tentar marcar uma entrevista com ele.
O professor Francisco Costa, já retirado das lides de professor e treinador mas em muito boa forma física e mental, dá-me o privilégio de com ele aprender e conversar várias vezes. É uma personalidade ímpar como pessoa, professor e treinador. Conheci-o, sem ele ter sido meu professor, do ISEF dos anos 80. Há um ano ajudou-me na realização de um trabalho teórico e desde aí mantemos o contacto. 
Há um outro prémio, o de Oficial de Mesa do Ano, que tem o nome de Benjamim do Sul, senhor que conheço há muitos anos e de quem tenho a melhor impressão mas com quem não tive o prazer de falar mais do que conversas de circunstância.
Ter o privilégio de conhecê-los são medalhas valiosas que transporto comigo.

sábado, 22 de outubro de 2011

O Minibásquete tem 60 anos de idade

O minibásquete, ou mais propriamente, o Biddy Basketball, tal como Jay Archer lhe chamou, surgiu em 1951, dirigido aos rapazes de até 12 anos.
Podem ver uma história em inglês desse jogo neste link, com um friso cronológico dos principais eventos.
Mas na verdade, o Minibásquete, com esse nome, só foi assim baptizado em Espanha, em 1962, substituindo a denominação americana, a descontento destes (chamando-lhe Minibaloncesto). Nesse país irmão, devido a um apoio massivo do Conselho Superior de Desportos lançou-se uma Operação Minibaloncesto, que teve por mentor Anselmo López, e que alcançou muitas dezenas de milhar de crianças, cativando-as para este jogo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um jogo especial: o Minibásquete.

"Diga Minibásquete e não Minibasquetebol. Minibásquete quer significar precisamente que este jogo é uma coisa e o basquetebol é outra." (Mário Lemos)
Esta frase do professor Mário Lemos encerra um significado e uma filosofia que é necessário explicar. Ninguém melhor para o fazer do que as palavras de San Payo Araújo, técnico máximo da Federação para o Minibásquete, de quem já falei num post anterior.
Dirijo-vos para um texto que ele escreveu há uns tempos e que se encontra no seguinte link:
http://basquetebolconimbricense.blogspot.com/2008/03/diga-minibsquete.html

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Em 2013 o basquetebol em Portugal faz 100 anos

A utilidade do conhecimento da história da nossa modalidade em Portugal é imensa para muitas coisas:
-para nos inspirarmos nas grandes personalidades do basquetebol, que tivemos e temos, e sobretudo no que eles fizeram e na direcção que apontaram;
-para não cometermos alguns erros já cometidos;
-para não cairmos nas mesmas fases de estagnação que também houve no nosso passado de basquetebol;
-para criarmos uma Cultura do Jogo que não se faz só do que é moderno,
-e muito mais com certeza.
Para começar aconselhamos a leitura de um texto sobre a história do basquetebol em Portugal, elaborado pelo professor Olímpio Coelho, grande nome da modalidade, principalmente na área da formação, e que podemos encontrar no site internético do Planetabasket que é, na minha opinião, a iniciativa de promoção pública do basquetebol mais interessante e abrangente dos nossos dias.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ilhotas de excelência no basquetebol português

Se a promoção da modalidade no nosso país não tem andado bem, como vimos no post anterior, é verdade que existem algumas ilhotas de grande qualidade onde essa mesma promoção se tem verificado. Falo evidentemente só do que vou conhecendo, cometendo porventura o erro da omissão.
Desde há cerca de uma década, sob o comando de San Payo Araújo, o Minibásquete em Portugal tem tido alguns impulsos de inovação verdadeiramente interessantes. San Payo, embora militar de carreira, caracteriza-se por ser um insígne pedagogo com um trato inexcedível com as crianças. Possui também uma cultura basquetebolistica assinalável e um raro sentir do lúdico também numa dimensão cultural. Vê-lo a movimentar grupos de crianças que por vezes são da ordem da centena é um espectáculo de alegria e de arte. Sei também que ele gosta de ser caracterizado como um prático reflexivo, como em tempos o denominei num trabalho que fiz sobre o Minibásquete. E está sempre a evoluir no conhecimento e nas práticas, buscando e aproveitando o que de melhor se faz no mundo do Minibásquete. e transmitindo-o aos outros.
Na promoção do jogo do Minibásquete San Payo tem feito imensa actividade, que vai desde as palestras e acções de formação no país e no estrangeiro, aos Jamboree's e Memoriais, actividades que durante vários dias movimentam de forma diversificada crianças de todos os pontos do país. Quem participa nestes eventos, jogadores, treinadores, pais ou mesmo simples espectadores nunca mais os esquece.
Por esse país fora, a realidade do Mini parece-me muito diferenciada: vai desde os clubes e associações dinâmicas, que conhecem e praticam o espírito deste jogo de crianças até a clubes onde as práticas não são as mais próprias para uma evolução educativa dos jogadores dos 8 aos 12 anos. (Ultimamente o fenómeno do Mini, através do Babybásquete está a envolver crianças com menos de 8 anos). Mesmo nestes últimos casos menos de menor qualidade é preciso valorizar pelo menos a vontade e o trabalho voluntário daqueles que orientam as crianças.
Concluindo: perante uma direcção técnica altamente qualificada, técnica e humanamente, como é o caso de San Payo e de outros treinadores que com ele têm colaborado (um fenómeno importante de escola?), aquilo que penso dever ser assegurado é uma expansão de boas práticas, através da qualificação dos treinadores e o apoio material e técnico aos clubes e treinadores envolvidos neste sector.
Nos anos sessenta do século XX, houve no Porto uma estrutura organizativa do Mini, o Núcleo Associativo de Minibásquete, que eu só tive oportunidade de conhecer pela transmissão verbal e de alguns documentos fornecidos por um grande amigo já falecido, o senhor Célio Alves. Desses anos e do que lá se fez, muito de útil em termos em conhecimentos e em tipos de iniciativas poderíamos recolher para os tempos de hoje.
San Payo Araújo é também o herdeiro moral do professor Mário Lemos, seu tio por afinidade, que foi um dos introdutores do Mini em Portugal e um teorizador valioso deste jogo, cujos ensinamentos ainda hoje são válidos. 
Homenageemos o passado, fazendo coisas bem feitas hoje para que o futuro do nosso basquetebol possa ser melhor. O Minibásquete pode ser uma das entradas para este salto qualitativo. 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Portugal: promover a modalidade

O professor Francisco Costa, um dos meus Mestres na arte de ensinar o jogo e viver a vida, diz-me frequentemente que um dos males do basquetebol em Portugal é que não está a ser devidamente promovido por quem de direito.
Espanha que é aqui ao lado mostra-nos o caminho. Se forem ao site da Federação verão como se promove a modalidade, com referências ao passado, ao presente de vitórias, e ao futuro cuidado na preparação das suas equipas e jogadores. E o que fazem no site fazem-no também nas escolas, nos meios de informação e na sociedade em geral.
Portugal, no basquetebol, teve passado desde que surgiu em 1913. Conhecer as iniciativas extremamente meritórias que  houve no nosso passado, (por exemplo nos anos 60 e 70 do séc XX), é muito útil para que os nossos novos jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes tenham referências e valores. A nossa modalidade tem um presente que é preciso cuidar para que o futuro seja algo de que nos possamos orgulhar. Nesse cuidado um aspecto essencial é a promoção da modalidade.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Terreno de jogo: interior e exterior.

Como já sabes, o basquetebol foi uma resposta à necessidade de encontrar uma actividade atractiva jogada no interior, devido às condições negativas do tempo no Inverno que impossibilitavam uma prática desportiva de ar livre.
No entanto, nas primeiras décadas (a partir dos anos 20/30 e até aos anos 50/60) do século XX, na Europa, o basquetebol praticava-se maioritariamente, ou mesmo exclusivamente, em terrenos ao ar livre. Essa prática em França, decorria dos problemas sanitários da altura, em que grassavam autenticas epidemias de tuberculose, grave doença contagiosa. A prática em terrenos fechados era, por isso, menos recomendável. Além disso, imagina, os espectadores e até treinadores da altura, fumavam, pois não havia proibições como a de hoje, o que tornava a prática em recintos fechados muito pouco saudável.
É evidente que essa prática ao ar livre, devido ao terreno e às condições climatéricas - chuva e sol - limitava a evolução técnica e táctica do jogo.

domingo, 16 de outubro de 2011

Um repto às mulheres

Porque é que, só depois de 40 anos, em 1976 em Montreal, o basquetebol foi integrado como modalidade olímpica para as mulheres, depois de o ter sido em 1936 para os homens?
É que sabemos que pouco tempo depois de Naismith ter inventado o basquetebol, muitas mulheres o interpelavam pois também queriam jogar esse novo jogo.

sábado, 15 de outubro de 2011

Uma releitura diferente da origem do basquetebol

Na história-ciência há, na maior parte dos casos, várias versões do que se terá passado. Também no que se refere à história do basquetebol existem algumas teorias diferentes acerca da forma como ele terá surgido. Penso que nós não devemos descartar nenhuma destas versões. Devemos pelo contrário conhecê-las e tentar ver o que nelas há de verosimilhante e/ou credível, passando-as pelo crivo da análise.
Um texto interessante a que tive recentemente acesso, refere que o basquetebol surgiu da releitura do jogo de nome Tlachtli, praticado pela civilização Asteca até ao século XVI. O seu autor faz uma descrição desse jogo e das suas variantes de uma forma que me parece bastante interessante e que é de ter em conta.
Na parte em que ele faz uma síntese das conclusões a que chega, diz o seguinte:
"A primeira coisa que se pensa quando se lê o título desse item é que simplesmente não há nenhuma repercussão atual desse esporte morto há tanto tempo. Bem, isso é, de fato, uma inverdade. É certo que o Tlachtli como esporte não é mais praticado desde o século XVI, mas como show ele vem sendo praticado no parque de Xcaret, na Riviera Maia, próximo a Cancun.
É certo que um show não é um esporte, pode ser uma atividade física, mas não um esporte competitivo, mas vejamos: há uma teoria na Antropologia que diz que nada é inventado paralelamente em dois lugares, mas sim que quando duas coisas são muito semelhantes em lugares diferentes, houve uma espécie de difusão. Por essa teoria, o arco e flecha, por exemplo, que era utilizado na América, teria sido introduzido, possivelmente, por viajantes de outros continentes, ou, pelo menos, seria produto de uma memória transmitida oralmente pelos primeiros habitantes da América, vindos da Ásia através do Estreito de Bering.
Partindo dessa mesma teoria, muitos pesquisadores afirmam que o Basquete – “criado” pelo professor de Educação Física canadense James Naismith, em Springfield, Massachusetts, EUA, em 1891 – não seria um jogo novo, mas sim, uma releitura de uma tradição antiga da América pré-colombiana. Tal suposição não é impossível, visto que os EUA nutrem um verdadeiro sentido de posse sobre a cultura Asteca, visto que ela formou um Império poderoso legitimamente americano e que a etnia que o governava era, segundo pesquisas, oriunda de uma ilha lacustre situada no atual território dos EUA (Aztlán, aliás, Astecas significa: Habitantes de Aztlán), sendo assim, os Astecas não seriam nada mais do que os antepassados dos Norte-americanos, coisa que justificaria o destino manifesto que eles tanto pregam. O Basquete, por esse viés, seria então uma reformulação das regras de um jogo inteiramente americano."
O resto do texto, cujo nome é "Tlachtli: esporte ou ritual de sangue" e que explica em pormenor o jogo do Tlachtli vale a pena ler. Se és daqueles que gosta de aprofundar esta temáticas vai lá que verás que não te arrependes.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A origem e evolução das tabelas

No início do jogo as tabelas não existiam. A sua origem oficial deu-se em 1895 e deve-se ao facto de os espectadores intervirem nas trajectórias da bola para o cesto, ajudando ou impedindo a bola de entrar. Daí que se sentisse a necessidade de criar uma barreira entre os espectadores que estavam nas galerias e o cesto. E assim surgiram as tabelas que também, ao longo do tempo se tem vindo a modificar, em tamanho e em materiais.
Quanto aos materiais, por um lado passaram-se a utilizar materiais não opacos para permitir a visibilidade dos espectadores atrás da tabela. Por outro lado, perante a potência dos afundanços que não raras vezes provocou o estilhaçamento das tabelas, criaram-se tabelas e aros simultaneamente mais flexiveis e resistentes.
Por outro lado, também devido à capacidade de salto dos jogadores e para evitar acidentes, o limite inferior da tabela foi subido à custa de uma diminuição de tamanho da mesma tabela.
O que se tem mantido inalterado desde o primeiro jogo é a altura a que está o cesto: 3 metros e cinco centimetros.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Integração do basquetebol nos jogos olímpicos (Berlim, 1936)

O basquetebol foi integrado oficialmente nos jogos olímpicos em 1936, em Berlim. Contudo o torneio olímpico foi reservado apenas para os homens. Já antes desses jogos o basquetebol tinha feito duas exibições de demonstração em 1904 e 1932, ambas em jogos olimpicos realizados nos EUA.
Como curiosidade, nesses jogos de Berlim o basquetebol foi jogado ao ar livre, num campo de ténis adaptado. Na final, choveu torrencialmente, o que impediu os jogadores de driblar e contribuiu para um resultado muito baixo. Essa final foi ganha pelos EUA ao Canadá por 18-9.
Naismith esteve presente, lançou a primeira bola ao ar no jogo inaugural do torneio e deu as medalhas aos três primeiros lugares. No terceiro lugar ficou o México que ganhou à Polónia.
Se quiseres saber mais vai a este link:
http://en.wikipedia.org/wiki/Basketball_at_the_1936_Summer_Olympics

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

História inicial do basquetebol: um video a ver.

Trago-vos hoje um video falado em espanhol que seleccionei na youtube e que trata da parte inicial da história do basquetebol. Conta mesmo aspectos importantes da vida de Naismith antes de se dedicar ao desporto. Está mesmo muito bom, com muitos pormenores ilustrados por imensas fotos e muito bem fundamentado segundo aquilo que conheço. Parece-me um video incontornável para quem gosta de aprofundar a história deste desporto.



domingo, 9 de outubro de 2011

História do drible: alguns apontamentos ilustrados.

No início do jogo o drible nem existia. O jogo com bola consistia basicamente de passes e lançamentos. Foram os jogadores que com a sua criatividade começaram por elaborar os germes desta técnica ao largarem ou rolarem a bola e ao agarrarem-na mais à frente, dando a volta à proibição de correr com bola. Durante longo tempo, o drible não foi bem aceite ou foi mesmo limitado, com as regras a não deixarem, por exemplo, que um jogador finalizasse a sua acção em lançamento após ter driblado.
O que hoje quero trazer aqui é a relatividade da capacidade de driblar (e de qualquer técnica): quando Bob Cousy, nos anos 1960's usava a mudança de mão no drible por detrás das costas, chegaram a dizer que só uma pessoa como ele, com braços tão longos, é que o poderia realizar. Contudo, como sabemos, hoje em dia as crianças e jovens ao fim de dois/três anos de prática já dominam a maior parte das variantes do drible, incluindo as mais complexas.
Vejam então num video a capacidade de Bob Cousy que além de exímio driblador era um passador de excelência como se pedia a um "base".


sábado, 8 de outubro de 2011

Monumento ao basquetebol: Vilnius.

Em certos países, como é o caso da Lituania, o basquetebol é tão popular (é mesmo o desporto mais popular) que chegam a erigir monumentos em sua honra como é o caso deste que está em Vilnius, capital desse país.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Recriação da origem do basquetebol

E agora vejam um video que é uma preciosidade onde a grande personalidade do nosso basquetebol e grande Homem Hermínio Barreto recria as fases por que passou este jogo. Agradeço ao site do Grupo Desportivo da Gafanha ter-me proporcionado estes imagens preciosas que eu desconhecia.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A pré-história do basquetebol


Local onde se jogava o Tlatchli
Na procura das raizes históricas mais ancestrais deste jogo, alguns autores apontaram um jogo que se praticava na civilização asteca há cerca de três milénios, o jogo sagrado de marcado cunho religioso, chamado de Tlachtli.
Esse jogo consistia basicamente em introduzir uma bola de borracha maciça por um aro de pedra, colocado perpendicularmente em altura num muro e disposto de forma vertical. Era bastante difícil e rara a concretização do objectivo. Curiosamente a bola devia ser batida só com a coxa, o braço ou o cotovelo mas não pelas mãos ao contrário do Basquetebol actual. Era um jogo realmente duro e cruel jogado aos pares e aos trios e os jogadores, despidos quase totalmente, encontravam-se protegidos com joelheiras, cotoveleiras e coquilhas (Prats, 1991). Os praticantes do jogo eram nobres, membros da classe dominante (as outras classes eram remetidas ao papel de meros assistentes). No fim do jogo os perdedores eram sacrificados aos deuses e os vencedores levados em triunfo e considerados intermediários entre as divindades e os homens. Estes factos demonstram a origem e natureza religiosa e classista desse jogo. Enrique Prats, na obra que temos vindo a citar não deixa de evidenciar as semelhanças estruturais deste jogo milenar com o que é praticado actualmente. E vai mesmo mais longe ao evidenciar semelhanças e paralelos nos aspectos mais negativos mas por vezes menos evidentes destes dois jogos e da sua utilização social pelas classes dominantes. Refere, por exemplo, o facto de as classes não nobres não poderem participar no jogo mas apenas servirem de espectadores que se divertiam, aliás, com aspectos extremamente cruéis nos quais o jogo desembocava, como era o sacrifício dos perdedores. Este “culto da vitória”, a “humilhação ao vencido”, o “ópio para as massas” são aspectos usados em diversas civilizações. Prats dá como exemplos, para além dos astecas, os romanos com o seu “pão e circo” e afirma que, contemporaneamente, continuamos a padecer do mesmo tipo de derivas.
A citação é proveniente da minha tese de mestrado, em que utilizei como referência, para esta temática, Prats.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Forrest "Phog" Allen: o "pai" dos treinadores de basquetebol

File:Phog Allen.jpg
Forrest Phog Allen (1885-1974)
Forrest "Phog" Allen é considerado por muitos como o verdadeiro pai do treino deste jogo. Se Naismith que foi professor de Forrest foi o inventor do jogo, Allen foi o primeiro a encarar de um modo muito a sério o treino do jogo.
Num livro sobre Naismith, no prefácio, o treinador Roy Williams conta que este tinha concepções muito diferentes acerca do jogo comparativamente com Allen. Dá como exemplo que Naismith foi o árbitro de grande parte dos encontros das suas equipas e mesmo assim perdeu mais jogos do que aqueles que ganhou. Para ele o que importava era o jogo pelo jogo e o fair play, enquanto que para Forrest a questão da vitória assumia uma importância bem maior. Além disso Phog foi um treinador eclético pois envolveu-se em vários desportos tais como o basebol e o futebol americano além do nosso basquetebol. Nisso aparentou-se a Naismith que também praticou e treinou muitos desportos.
Para saberes mais sobre Forrest "Phog" Allen podes procurar no seguinte link:


     Naismith                 e               Forrest Allen



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Imagens representativas da evolução do basquetebol

Este video feito por Luka Medak que deve ser un fã do jogo e que seleccionamos da youtube, dá conta da evolução do jogo de basquetebol através de algumas imagens significativas. Mostra, por exemplo, o inventor, o primeiro cesto (de pêssegos) e o ginásio onde se jogou pela primeira vez.  Depois dá para reconhecer no video alguns dos melhores jogadores e treinadores a partir das décadas de 60. Espero que aproveitem, principalmente os alunos do 8.ºD... que vão realizar este ano um filme chamado "A invenção do basquetebol".

domingo, 2 de outubro de 2011

Pete Maravitch: a arte em movimento.

O jogo de basquetebol é algo tão rico que alia arte, ciência, moral entre outras coisas valiosas. Os jogadores são e deverão ser sempre os grandes protagonistas do jogo. Escolhemos começar por mostrar um fabuloso jogador de basquetebol - Pete Maravitch, também chamado de Pistol Pete. Pensamos que ele incarna um dos aspectos mais nobres do jogo: a arte e a inteligência do jogo na sua máxima expressão.

sábado, 1 de outubro de 2011

O basquetebol feminino

Quase logo depois do primeiro jogo masculino as mulheres jogaram-no. Terá sido em 1893 que se terá realizado o primeiro jogo feminino no Smith College, em Northampton, Massachusetts, USA.
No entanto, o jogo no feminino sofreu de discriminações e preconceitos desde o seu início. Por exemplo, as regras eram diferentes, pois via-se na mulher um ser mais frágil; dava-se também uma importância menor ao jogo feminino em comparação com o dos homens. Vejam lá que só quarenta anos depois do basquetebol ter sido integrado no programa oficial dos jogos olímpicos em Berlim (1936) é que ele foi jogado pelas mulheres (1976, em Montreal no Canadá).
Uma das grandes responsáveis pelo início do basquetebol feminino foi Senda Berenson de quem falaremos noutro futuro post.
Vejamos algumas imagens de um jogo num colégio, em 1904, com as mulheres vestidas até aos tornozelos.